quinta-feira, 10 de junho de 2010

Romance Real

Não é eterno. É agora. Não é igual. É diferente.
Não é perfeito. É humano.
Não é drama. Tem um quê de comédia romântica.

Amor como nunca se viu antes. E como se vê todo dia.
Bom, complicado, terno, engraçado, com tempero de dia a dia.
E o melhor: possível.

Somos nós!
Assinado: a mulher que sempre estudou, leu, viveu e sentiu tudo para ser alguém diferente. E que, no entanto, fica extremamente neurótica quando ele vira para ela e diz "você não é uma mulher comum". EU!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Então é Carnaval?
















Confesso que nunca fui fã da corte do Rei Momo. Acho que esta época é quando há mais economia no Brasil: pouca roupa e menos vergonha ainda. Tudo pode! Pode encher a cara, dirigir bêbado, ficar pelado na avenida, transar com todo mundo, afinal é carnaval. É como se todos ganhassem uma licença para ser estúpido por 4 dias.

Eu realmente não gosto, como o meu mau humor acima deixou claro. No entanto, este ano eu gosto um pouco menos. E justifico agora tamanha chatice minha. Não, não é porque estou ficando velha. Você já trabalhou no domingo, segunda e terça de carnaval?
Pois é, não há alegria e nem folia que aguente. Como está tendo uma prova de Ciclismo no local onde trabalho e sou responsável por eventos, a colombina proletária aqui está ralando...rsrs.


Nem beber para esquecer eu posso, afinal atleta acorda as 6 A.M e começa a competir às 7, e eu tenho que estar lá, linda, loira e zumbi. O pior é que todos meus amigos estão ou em um cruzeiro para solteiros, ou curtindo uma praia ou enfiados numa chácara curtidos em alcool. E eu aqui, vendo um monte de homem numa fantasia péssima: umas bermudinhas grudadas que marcam tudo, aff!
Mas tudo bem, daqui duas semanas meu carnaval enfim chegará. Tiro esses dois dias de folga e vou para um lindo e maravilhoso hotel fazenda em Itu. E o máximo que terei de folia e agitação será sair da piscina para cachoeira, da massagem para o restaurante 4 estrelas (Guia 4 Rodas) e da cama para a rede. Mas ainda não morram de inveja, pois tenho mais um dia de "carnaval" atlético.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Muito Bom

Fico feliz que tudo tenha tido suas devidas explicações, vivências e final feliz.
Que bom! Agora sei que a janela sempre estará aberta....

Simplesmente aberta e feliz.

domingo, 31 de janeiro de 2010

EXATAMENTE

Não preciso de explicação para tudo na vida. Aliás, preciso de explicações para poucas e boas coisas. Não me faz falta, por exemplo, saber como funciona uma televisão, como a imagem chega à tela, como funciona o motor de um carro, como se constrói um viaduto. Posso perfeitamente viver sem essas explicações.
Mas eu preciso saber por que você me deixou. Por que você fez as malas e partiu? Por que acabou com meus sonhos, meus planos, meus desejos? Por que jogar fora nossa casa nova, as viagens que ainda não fizemos, os filhos que ainda não tivemos? Por que escolheu uma segunda-feira de sol para me deixar?
Desde quando você planejou isso? Durante quantos dias, semanas, meses me olhou pensando em me deixar enquanto eu te olhava pensando em te beijar? Quando exatamente nos perdemos? Quando minhas piadas deixaram de ter graça? Quando minhas manias, durante tanto tempo tão apreciadas por você, começaram a irritar? Quando o fato de eu demorar a pegar a chave na bolsa para abrir o carro começou a tirar sua paciência? Quando o jeito que eu mastigo começou a enervar você? Quando eu deixei de ser a mais bonita, a mais engraçada, a mais espirituosa?
Alguma coisa você precisa me dizer. Porque não se destroem sonhos impunemente. Você pode destruir carros e viadutos, mas não sonhos. Não sonhos os sonhos que sonhamos juntos. Então, tem alguma compaixão e diz aí por que você foi embora. Pára de me enrolar, pára de me torturar e simplesmente diz alguma coisa que sirva para me fazer voltar a viver.
Não tô pedindo para que você me faça novamente sonhar, mas apenas para que eu volte a respirar. Não há no mundo pedido mais singelo. Porque, sem você do meu lado, o ar fica escasso, o peito dói, a respiração encurta. Por que essa coisa que nos dá vida é a mesma que nos mata? Por que o agente do prazer é também o agente da dor? Por que preciso de você para ser feliz?
Nada parece justo na dor, e tudo faz sentido fora dela. Preciso sair e voltar a ser eu. Preciso ver o sol, a lua, o mar. Preciso não precisar de você. Existe algum antídoto para você? Existe uma forma de libertação? No fundo, quero mesmo é te xingar, te punir por parar de me amar. Como você ousou? Como era tão meu numa terça-feira e absolutamente estranho na quarta? Como perdi o livre acesso ao seu corpo, a sua boca, a sua alma? Você entende que essas perguntas sem respostas são as que fazem o ar me faltar? Será que pelo menos isso você consegue entender?
Ah, que vontade de te bater, de te torturar, de te espancar, de te beijar, de te amar. Não quero mais sofrer - não por você. Quero um sofrimento novo, uma dor original, uma melancolia que não tenha a imagem de seu rosto sorrindo em cima de mim na cama.
Quer mesmo saber? Vai embora e me faça o favor de não olhar para trás. Porque, se você olhar, talvez acabe vendo uma cena que, à distância, poderá parecer chocante. Uma cena que, vista do lugar em que você está, desse pedestal para onde vão todos os que matam os sonhos compartilhados, poderá perturbar e até, pode ser, constranger. Uma cena que, no mínimo, vai assustar: a imagem nítida e clara de meu rosto sorrindo. E agora me dá licença, dor estúpida, porque preciso abrir a janela e deixar a luz entrar.

Não sei de quem é este texto. Achei na net e perfeito pro meu momento.

UM AMOR TÃO BOM

Casados eles não pareciam ser - não um com o outro -, e aquele jantar cedo, num restaurante modesto, comum, era muito bom de se ver.
Estavam sentados um em frente ao outro, e parecia claro que não iriam para a mesma casa depois do jantar, não dormiriam nem acordariam juntos. Por isso, talvez, tinham tanto a se dizer -e se diziam. Ela às vezes passava a mão na testa dele, afastando uma mecha de cabelo; daí a pouco ele devolvia o carinho e segurava a mão dela num gesto rápido, isso por cima dos pratos, sem que nada fosse fora de propósito nem inadequado, como nunca são os gestos que saem do coração. Não havia entre eles aquele clima de urgência que precede a ida a um motel, muito pelo contrário; parecia, isso sim, que eles haviam passado a tarde se amando e depois foram a um restaurante, daqueles em que não há risco de encontrar nenhum amigo, para ficarem juntos um pouco mais, o tempo que ainda tinham, sem inquietação, pelo prazer da companhia um do outro.
E os carinhos trocados não eram os da paixão, mas os do amor; de um amor sólido e profundo.Quem mora junto não conversa tanto, olho no olho, porque sabe que tem tempo pela frente: a noite inteira, talvez o resto da vida. Já eles falavam, e os assuntos não eram esses de namorados; falavam de tudo, interessados um no que o outro dizia, trocavam idéias como se fossem dois grandes amigos, o que é raro entre homem e mulher. Ele talvez falasse de um negócio que estava fazendo, ela talvez de um filho (só dela) com problemas; aí, de repente, um carinho -sem olhares melosos, nada. Apenas a necessidade de tocar no outro, só isso. Estavam ali, inteiros, muito próximos e muito seguros.
Ela usava um suéter com um pequeno decote; num determinado momento, ele passou o braço por cima da mesa, botou a mão no ombro dela, escorregou por dentro do suéter pelas costas e ficou uns momentos passando a mão, aquela mão forte de dono, como recordando a tarde que passaram juntos.
Ela não era nem jovem nem linda, nem ele. Eram pessoas absolutamente normais, banais mesmo, daquelas que não chamam a atenção, para quem não se olha duas vezes -talvez nem uma. Mas naquela mesa pequena daquele restaurante banal havia tudo o que uma mulher e um homem podem querer um do outro: confiança, amizade, amor, paixão -mesmo que discreta-, sexo bem resolvido e segurança. Eles iriam se separar daí a pouco, sentiriam falta um do outro, mas sem angústia ou desespero, sabendo que se encontrariam de novo no dia seguinte ou na semana seguinte, confiando no seu próprio desejo e no do outro, porque aquele amor tinha essa coisa tão rara nos amores em geral: era sólido.
Ele pediu a conta, os dois saíram abraçados normalmente; na esquina, ele chamou um táxi para ela, se beijaram rapidamente, ele ficou olhando até o táxi desaparecer, pegou o dele e a noite -eram 9h- acabou por aí.
Acabou é modo de dizer, porque essas noites tão boas não se acabam assim. Ela foi dormir pensando nele, ele pensando nela, e eu pensando neles. Pensando e imaginando quantas pessoas, neste mundo de tantas paixões, vaidades, ansiedades, desvarios, terão tido a sorte de viver um amor assim tão bom.
Não, o amor não é lindo, como se diz banalmente: o amor é muito bonito quando é de verdade, e o deles era.
Danuza Leão

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Díficeis Escolhas

Por que teimamos em crescer? Por que insistimos em adquirir bens e responsabilidades que na maioria das vezes só servem pra acumular problemas e tristezas na nossa história? Por que eu lutei tanto com meu pai pra deixar de ser a menina dele e me tornar uma mulher de ninguém? Por que chega uma hora em que temos a necessidade física de termos nossa própria casa, conta em banco, carro, marido, filhos, diploma e um monte de trabalho pra fazer?

Tantas questões assim me fazem sentir saudade de um tempo em que nada tirava meu sono. Sabe a expressão “eu era feliz e não sabia”? Exatamente, não sabia porque tinha tantas outras preocupações que me faziam acreditar que eu era a garota mais problemática do mundo. Ahhh, se eu soubesse... Eram coisas tão simples de se resolver.

Como uma roupa nova que todo mundo tinha, mas meu pai insistia em dizer que eu não poderia usar nunca porque “filha dele não sairia vestida só com a parte de cima da roupa”. O que adiantou? Hoje, apesar de já ter passado dos 30 anos, tenho pernas apresentáveis e um guarda-roupa repleto de minissaias. Fiquei feliz com isso? Não, perdeu a importância no momento em que meu pai deixou de implicar com o comprimento dos meus modelos.

Ficava arrasada porque aquele que eu acreditava ser o amor da minha vida ficava horas conversando com uma menina mais magra na academia. Sentia-me feia e inadequada dentro do meu corpo de adolescente. Ahhh, se eu tivesse o poder de prever que aquela menina “perfeita” também era insegura com sua imagem? Se eu pudesse sonhar, do alto das minhas neuras, que ela também ficava horas na frente do espelho se sentindo magrela e sem graça.

Talvez eu tivesse me arriscado um pouco e conversado mais com ele, percebido que ele era só um menino querendo se enquadrar, ser igual a todo mundo (nessa idade, quem não quer?). Teria, já naquela época, mostrado a ele que eu era uma menina especial e não só anos depois quando nossas vidas haviam tomado rumos opostos, nos fazendo ficar com um gostinho de história mal resolvida na boca depois de um beijo de despedida. “Por que você nunca me disse que realmente gostava de mim?” Porque eu era uma adolescente boba.

E o medo de não ser aceita pela turma? De ficar marcada como a diferente? Quantas coisas eu deixei de fazer com medo de parecer “a Carrie”? Quantas opiniões guardei pra mim? Quantas vezes deixei de falar pra minha família “eu te amo”, com medo que eles me achassem uma boba sentimental ou que eu estava desistindo da minha rebeldia sem causa? E o pior: como sofri por cada vez que deixei de ser eu mesma? Que besteira, um dia você cresce e descobre que todo mundo é diferente (graças a Deus!), e que é justamente aí que está a graça em ter amigos e uma família: descobrir diferenças que enriquecem, te fazem sentir menos esquisita e mais amada.

Mas nem tudo era só neuras! Senão não teria tantos motivos pra sentir saudades dessa fase. Sinto falta do meu jeito carinhoso com meus amigos, da disponibilidade que tinha pra ser simplesmente amiga e confidente de pessoas que passavam pelas mesmas crises que eu. Sabe quando nada mais importa (tarefa, paqueras, festas, academia, colégio) quando aquela sua amiga te liga com voz chorona dizendo que seus pais estão se separando ou o seu namorado pediu um tempo? Nada mais tinha importância, eu parava tudo e ia dar a ela me ombro cheio de apoio e conforto. E hoje, o que eu faço? Minha melhor amiga passa por uma crise monumental e eu não tenho coragem de ligar e dizer que penso muito nela e rezo todo dia pra que Deus a conforte, já que essa amiga aqui trabalha demais e não encontra tempo para as coisas importantes.

Sinto falta do convívio diário com minha família. Sinto falta de nossas conversas em volta da mesa. Deles me esperando chegar do colégio azul de fome e mal humorada pra saberem o que tinha acontecido de divertido no meu dia. Da gente infernizando minha irmã, deixando ela ainda mais pimentinha do que já era. Sinto saudade de sair pra fazer compras com minha mãe, quando ela ficava toda orgulhosa quando alguém nos confundia com duas irmãs.

Queria de volta as férias que tínhamos em família, onde tudo era companheirismo e descobertas. Sinto falta da figura forte e provedora do meu pai, que transmitia a sensação de que nada ruim poderia acontecer comigo ou com minha família. Mas coisas tristes acontecem com todo mundo, e eu descobri do jeito mais difícil que ninguém pode me proteger disso.

Eu cresci, e comigo meus problemas e, também, alegrias. Hoje, se eu não pagar minhas contas, ninguém pagará por mim. Se eu der um passo errado, terei que arcar sozinha com as conseqüências dele. Tenho muito mais poder, até pra magoar e machucar mais as pessoas que eu amo tanto. E sei que algumas coisas que faço, ao contrário de quando era uma menina, têm um tom definitivo.

Hoje, está em minhas mãos ser definitivamente feliz ou infeliz. E quer saber? Sinto-me tão pronta pra decidir isso quanto uma menininha que não consegue escolher o que quer ganhar de Natal. Por que eu fui crescer, hein? Por que ninguém me avisou que um dia eu não teria pra onde correr quando tudo desse errado?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Estado Não É Deus, Mas o Brasileiro Pensa Que É


Penso diferente: o Brasil não é uma nação que preza pela liberdade, seja ela coletiva ou individual. E também tenho bons motivos para acreditar que não estamos lá muito preocupados com a manutenção da democracia. Para dizer a verdade, já nem sei se ela existe de fato por aqui. Sim, porque a cada dia que se passa o brasileiro parece mais disposto a desistir dela. Aliás, essa é uma característica marcante do brasileiro, pois bastam algumas palavras rebuscadas para que ele deixe de acreditar em tudo aquilo que sempre acreditou para se entregar irracionalmente ao “novo”.

Somos assim não é de hoje. Quando os jesuítas chegaram por aqui, há pouco mais de 500 anos, um dia depois do desembarque os nativos já estavam convertidos ao cristianismo, sem nem saber por quê. De lá para cá, quase nada mudou, apenas trocamos a submissão imposta pelos velhos jesuítas pela de personalidades um pouco mais bem vestidas.

Você já parou para pensar como o governo está conduzindo a sua vida, como está vivendo a sua vida em seu lugar? O Estado está sequestrando-a para projetos próprios e pessoais, e nós estamos de pleno acordo, mesmo não recebendo nada em troca!

A cada lei, medida provisória, decreto ou portaria publicada, vamos gradativamente entregando parte de nossa vida e abdicando dos nossos sonhos para uma meia dúzia que viva e sonhe em nosso lugar. Esta sensação de liberdade ainda remanescente em nosso País está com os dias contados, pois falta pouca coisa em que o estado possa pensar em intervir, e fazendo assim, trocar o que você pensava em fazer pelo que ELE pensa em fazer.

Que crime cometeu, por exemplo, alguém que decidiu não escolher quem irá lhe roubar? Estou falando, claro, das eleições. Quem decide agir assim fica proibido de tirar passaporte, prestar concurso público e até mesmo de obter um empréstimo. E o que dizer dos programas televisivos que lhe doutrinam a economizar água e eletricidade e a selecionar o lixo? Estes programas tratam a água como se ela fosse petróleo, um recurso não renovável, o que é falso, já que depois de usada ela obrigatoriamente retorna à natureza, como qualquer criança da quinta série bem sabe. Quanto à coleta de lixo, já pagamos altos impostos para que empresas contratadas pelos municípios façam o serviço (geralmente de péssima qualidade). Mas o governo está mais preocupado em nos fazer trabalhar de graça para ele.

É preciso, primeiro, saber tratar a água, a energia elétrica e a produção de lixo como bens de consumo e que, portanto, têm um preço e obedecem às leis da oferta e da procura. Desta forma, a escassez de água, energia elétrica, etc., implica elevação de seu preço. Em decorrência disso, a economia destes bens se torna algo mais racional, não antiquado e duvidoso como quer o governo, que, inclusive, já lançou campanha incentivando a população a fazer xixi enquanto toma banho, a fim de economizar a água da descarga!

Cuidado! Esta doutrinação de hoje será leis e decretos amanhã. E o pior é que nunca vi ninguém questionar a veracidade dessas informações. O brasileiro teme, ao mesmo tempo, morrer de sede e ver todas as suas cidades litorâneas serem submergidas pelas águas dos oceanos, devido ao efeito estufa. Afinal, estamos condenados à falta de água ou ao excesso dela? E, falando em efeito estufa, como pode o governo estar tão entusiasmado com a descoberta do pré-sal? Ele está dando pulos de alegria por encontrar uma quantidade infinita de matéria-prima do combustível mais poluidor do planeta. Que eu saiba, o petróleo é o “inventor” do efeito estufa. O governo é perspicaz e contraditório: ele comemora o pré-sal, reduz o IPI para veículos automotores e diz que devemos deixar o carro na garagem e ir trabalhar de bicicleta!

Será que ninguém se incomoda com esse excesso de contradição, aliado à disseminação constante de novas e severas leis de âmbito nacional, que só tem aumentado o controle do Estado sobre a população, sem lhe trazer benefícios reais? Não sou contra leis, tampouco um defensor do surreal e incoerente anarquismo. O que me incomoda é o modo como o brasileiro tem acatado conselhos sem lógica e as mais diversas decisões legislativas sem o mínimo de senso crítico. Leis são feitas por homens e, portanto, são passíveis de erros. Mas querem enfiar em nossa cabeça que são todas criações divinas.

A lei antifumo, idealizada pelo governador de São Paulo, José Serra, e que proíbe o consumo de tabaco e seus derivados em todos os locais fechados do Estado, públicos ou privados, é um bom exemplo disso. Apesar da rigidez imposta, mais de 80% dos fumantes se mostraram favoráveis à restrição, sem ponderação prévia. Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Piauí gostaram tanto da medida que a adotarão em breve. Há indícios de que a lei alcançará âmbito nacional, mesmo atropelando a Constituição, que determina a criação de fumódromos em repartições públicas.

Enfim, leis como a antifumo, a lei seca, os toques de recolher e outras mais ousadas e menos necessárias (a exemplo da regulamentação do tamanho do colarinho do chope paulista e tantas outras) são uma maneira eficaz, rápida e barata de o Estado “encurtar as rédias do povo”, pois suprir o déficite intelectual e de conscientização e responsabilidade do brasileiro são tarefas que despendem muito mais dedicação, boa vontade e, logicamente, investimentos. Mas o Estado sabe: contar historinhas e parábolas é muito mais fácil e sai bem mais barato.

Fábio Rabello para a Revista Alto Estilo
Professor e redator
fabiorabello76@hotmail.com